Obra seminal. Pura catarse.

Imagine- se ciclos de onze acordes, cada acorde rodeado de um pedaço de música ou sons adicionados, voltando ao início no fim da peça. Ou seja, uma padrão complexo e único a cada "pulso", assim como um imprinting genético.
Foi usada respiração humana nas vozes e nos sopros, aguentando a nota até ao limite das capacidades, enquanto a descontrução melódica vai acontecendo.
O resultado final é deliciosamente simples e belo! :)
JON HASSELL- LAST NIGHT THE MOON CAME DROPPING ITS CLOTHES IN THE STREET (ECM, 2009)

Deixando de parte as colaborações, nomeadamente o incontornável "fourth world vol 1: possible musics" com Brian Eno. Hassell é ele próprio essencial para quem quer navegar pela música indefinida, David Sylvian e Fennesz que o digam.
É impossível identificar onde acaba a improvisação, onde começa o sample ou o meio do acorde; a simbiose é total e o ambiente é refinado até à perfeição. Para isso contribuem músicos de excelência: Peter Freeman no baixo, Kheir Eddine M'Kacich no violino, Jan Bang em alguns samples e Eivind Aarset na guitarra, Hassell conecta tudo não desligando o trompete.
Demasiado importante!
JP*